quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Filhos que não desgrudam dos pais, e vice-versa





Trinta, quarenta anos e ainda dependendo do pai ou da mãe para tomar alguma decisão.








Dependência emocional na fase adulta é resultado da educação na infância e interfere na autoconfiança dos filhos

Trinta, quarenta anos e ainda dependendo do pai ou da mãe para tomar alguma decisão. Este não é um comportamento atípico, mas muito comum que pode ser observado em várias pessoas. O problema é que esta dependência emocional cria um adulto incapaz de tomar uma decisão sozinho.

Segundo o consultor de Gestão de Pessoas, Eduardo Ferraz, estudioso em neurociência comportamental, esta dependência é resultado de como a pessoa foi educada na infância. “Quando os pais protegem demais o filho, inconscientemente geram uma dependência emocional. Isso acontece quando, por exemplo, ao defender o filho em alguma briga no colégio, mesmo ele estando errado; ou até mesmo quando se faz as tarefas por ele. Provavelmente, essa criança será um adulto incapaz de tomar uma decisão sozinho ou pensará que pode fazer tudo, inclusive desrespeitar pessoas”, explica.

O problema disso tudo é que, tanto a pessoa que causa a dependência quanto o dependente, não conseguem se desvencilhar um do outro. “É um ciclo vicioso. A pessoa gosta de ser comandada e precisa do aval do outro, que por sinal, necessita dele para sentir que pode comandar alguém. O pior é que tudo isso é natural, as pessoas envolvidas não percebem”, conta Eduardo.

Para que este ciclo se quebre, é necessário que uma das partes reconheça esta dependência e queira mudar a situação. “Sempre digo que tudo na vida tem um preço e aprendemos pelo amor ou pela dor. Neste caso, pelo amor é quando se percebe

naturalmente, e pelo sofrimento é quando começam a surgir problemas de depressão, bipolaridade”, especifica Eduardo Ferraz.

Ele alerta ainda que a pessoa transfere esta dependência para a vida profissional, pessoal e sentimental. “Ela não consegue se relacionar, porque não sabe fazer nada sozinha, sem o consentimento do outro”, explica

O consultor também afirma que é complicado alertar a pessoa sobre esta dependência. “Aparentemente, não é doentio e geralmente ela não vai admitir e dirá que é normal, que é uma demonstração de carinho. A pessoa tem que perceber sozinha e procurar o autoconhecimento por meio de livros ou buscar ajuda profissional”, aconselha

Quando a pessoa chega à fase do reconhecimento desta dependência, o primeiro passo é colocar limites ao outro. “Carinho é uma coisa, dependência emocional é outra e é ruim. Há pais que usam uma doença como muleta para controlar a vida do filho. Cabe a ele colocar limites e demonstrar o amor, independente de qualquer coisa. Quando se descobre as causas, os efeitos diminuem”, finaliza Eduardo Ferraz.

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