sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Cara de mau, bom coração





Pesquisa mostra que as atitudes de um homem "mal-encarado" podem surpreender bastante quando o assunto é o bem comum.







Um homem sorridente parece mais solidário, mais propenso à empatia, que um mal-encarado. Pode até parecer, só que um estudo na Universidade de St. Andrews, na Escócia, diz que aquele sujeito carrancudo do grupo pode ser o mais pronto a fazer até mesmo sacrifícios por todos. Quem vê cara não vê coração, como diz o adágio bem popular. 

 O estudo procurou relacionar a generosidade com os rostos dos indivíduos pesquisados. Ao mesmo tempo em que um homem com expressão muito séria ou até brava pode parecer, à primeira vista, antissocial, pode ser ele o primeiro a zelar pelo bem comum, ainda que não busque reconhecimento por isso mostrando sorrisos de propaganda de creme dental e querendo tapinhas nas costas. A pesquisa mostrou que, em relação a um grupo de colegas, amigos ou à família, os considerados até mesmo agressivos são mais propensos a se sacrificar pelo benefício do grupo. Os cientistas de St. Andrews apontam que esse tipo de pessoa tende a colocar o bem-estar do próximo na frente do próprio. 

 Homens de rosto mais largo podem parecer “bad boys”, se comparados aos que apresentam um formato mais estreito. Contudo, isso depende muito do contexto. Os pesquisadores deram uma certa quantia a alunos de St. Andrews e os colocaram em uma situação que pedia cooperação. Os tidos como mal-encarados cooperavam, abrindo mão de parte do dinheiro pelo grupo. Mas, quando foi apresentada a eles uma equipe de alunos de outra universidade, em uma clara competição por melhores resultados, empregando a mesma quantia geral de dinheiro, os carrancudos foram os que mais doaram suas cédulas para que o grupo vencesse – até o dinheiro todo. Para seu grupo vencer, eles evidenciaram uma entrega maior.
 Os estudos foram estendidos ao mundo corporativo. Líderes de determinadas empresas, com as características de rosto e expressão citadas, mostraram-se mais aptos ao compromisso com suas companhias, que apresentaram resultados financeiros bem mais favoráveis. 
 Obviamente, os autores do estudo não estão dizendo que todos os homens mal-encarados são bons ou ruins só com base em seus rostos. Às vezes, um aparente “bad boy” pode ser ruim mesmo. Entretanto, mostra que aquele cara que parece mais agressivo, sério demais e até ameaçador pode surpreender, e ser o primeiro a estender a mão a alguém de seu grupo.

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